segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Das saudades contentes


“Pouco a pouco o passado foi-se esbatendo, a saudade diminuindo; ela ainda vinha em certas tardes silenciosas, ao crepúsculo, quando o adeus do sol iluminava a parede do quarto solitário, e o chamado distante e monótono do cuco, cessando de repente, ampliava o silêncio; - então chegava de repente uma saudade que invadia tudo, que penetrava o coração; mas ela não o afligia mais, ela vinha tão suave, tão de leve, que era até meio doce de sentir, como uma dor amortecida.”

Jens Peter Jacobsen, Niels Lyhne

Sem comentários: