sábado, 26 de setembro de 2015

Cada um de alturas diferentes


Aquele tempo em que pensava estar apaixonado
e calmamente o disse
não era muito diferente do tempo
em que estava verdadeiramente apaixonado
e dormia pouco e falava em voz alta
para a parede
e descobria o génio escondido
das minhas mãos.
E aquele tempo em que me sentia menos apaixonado,
menos que alguém,
era, para ser honesto, não muito diferente
também.
Cada um era ridículo à sua maneira
e simultaneamente terno,
por vezes, até o falso é terno.
Fico estupefacto ao pensar
nos vários beijos de que éramos capazes.
Cada um despenhou-se de alturas
diferentes, e isso é simplesmente a lei.
E o grande barulho
da grande queda parecia perfeitamente branco
passados alguns anos.
Isso é o que me deixa mais estupefacto.
Stephen Dunn

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