«“Miss Jean Brodie diz que o apogeu é melhor”, disse Sandy.
“Pois, mas ela nunca se casou como as nossas mães e os nossos pais.”
“Eles não têm apogeus”, disse Sandy.
“Têm relações sexuais”, disse Jenny.
As meninas fizeram uma pausa, porque isto por enquanto era um pensamento assombroso e sobre o qual só recentemente se fizera luz para elas; a própria frase e o seu significado eram novidade. Era mesmo inacreditável. Depois, Sandy disse: “Mr. Lloyd teve um bebé na semana passada. Deve ter praticado sexo com a esposa”. Esta ideia era mais fácil de encarar e elas riram-se estridentemente, cobrindo a boca com os guardanapos de papel cor-de-rosa. Mr. Lloyd era o professor de Arte das raparigas no secundário.
“Consegues ver isso a acontecer?”, segredou Jenny.
Sandy contraiu os olhos, tornando-os ainda mais pequenos, no esforço de ver mentalmente. “Ele tinha o pijama vestido”, segredou por sua vez.
As raparigas sacudiram-se de riso, pensando em Mr. Lloyd, que era maneta, fazendo a sua entrada solene na escola.
Depois Jenny disse: “É uma coisa que se faz num impulso momentâneo. É assim que acontece.”
Jenny era uma fonte de informações de confiança, porque uma rapariga que era empregada na mercearia do pai dela aparecera grávida recentemente, e Jenny captara alguns fragmentos do rebuliço que se seguira. Tendo confidenciado as suas descobertas a Sandy, deram ambas início a uma série de pesquisas a que chamaram ‘pesquisa’, ligando entre si indícios que recordavam de conversas ouvidas ilicitamente e excertos de grandes dicionários.
“Acontece tudo num abrir e fechar de olhos”, disse Jenny. “Aconteceu à Teenie quando ela andava a passear em Puddocky com o namorado. Depois tiveram de se casar.”
“Dir-se-ia que o ímpeto já devia ter passado no momento em que ela despiu a roupa”, disse Sandy. Por “roupa” ela queria sem dúvida referir-se a cuecas, mas “cuecas” era grosseiro neste contexto científico.
“Sim, é isso que eu não consigo compreender”, disse Jenny.»
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