Caçador que sais para a floresta com a mente fortalecida pela solidão, acautela-te! Vigia sobretudo o teu orgulho e desprezo, pois será através deles que te converterás, pela perseguição, em caça! “Recorda-te: alguns dão apenas um pouco, mas esse pouco custa-lhes muito a dar; outros conseguem dar muito, mas isso não lhes custa nada, e agora qual deles terá dado mais?” (p.89).
Mais não consigo ou não posso escrever sobre este livro belo, enigmático e trágico. Como a estranha transmutação alquímica que acontece, uma vez na vida, a todos os caçadores vorazes. A beleza da caça é o desmembrar de todas as garantias de segurança, em que os papéis tradicionais do Senhor e do Escravo colapsam, desnudando todo um fundo de dependências e martírios. Que responde por vários nomes, sendo o amor uma das possibilidades.
Um dos grandes livros da minha vida: daqueles que impõem um silêncio devoto.
2 comentários:
Li há pouco tempo o "Fome" e é dos livros mais intrigantes que li na vida. Depois interessei-me mais pelo escritor e fiz pesquisas, também no You Tube onde não encontrando quase nada dei com uma versão do "Pan" em cinema (http://www.youtube.com/watch?v=dD2PKTCVYto). Não entendendo patavina do que dizem dá ao menos para constatar como é belo o norueguês falado :)
Como irei ler o livro em breve não sei se é bom ter visto os ambientes a priori, se é que isso importa. O Knut Hamsun foi (é) uma descoberta extraordinária.
pois, este também é bastante intrigante... é daqueles livros que te ficam a martelar mesmo meses depois de o teres lido. daí que tenha levado algum tempo a publicar algo sobre ele aqui, até porque ainda não estou certa do seu sentido e isso é talvez o melhor dele, ir em tantas direcções que não se fecha nem define. muito obrigada pelo link, pedro, não sabia nada deste filme. vou ver se o saco com legendas mas sim, o norueguês, como o sueco, são línguas deliciosas. vou começar a ler o fome, assim que puder. beijinhos
Enviar um comentário