Hoje
acordei muito cedo e saí de casa alegre, sem saber como vai ser a minha vida (“facing
the fear that the truth I discovered/No telling how, all this will work out”).
Vi
Lisboa a despertar pelo vidro acelerado, ao som desta música, e soube amar-me
como tanto gosto. É que apesar de estar numa fase em que nada possuo, sinto-me
deliciosamente calma e confiante no que virá. Sei com uma certeza intocável que fiz a escolha certa
e que aquilo que mais quero é liberdade (“I am looking for freedom, looking for
freedom/And to find it cost me everything I have/But I’ve come too far to go
back now”). E se hoje enfrento as consequências dessa paixão num país
fodido e escolho não desertar, é porque sinto com uma convicção íntima que já
estive mais longe de coincidir com a minha liberdade.
Tudo
o que perdi foram afinal merdas, orgulhos e arrogâncias acessórias, umas
quantas euforias baratas. Em troca: uma simplicidade meiga e inusitada.
Aos poucos as palavras vão regressando, com passos dançantes de mulher que
conseguiu sobreviver até à vida. Os olhos conformam-se aos milagres, disponíveis
para ver. E as mãos vão reunindo o que lhes chega para escrever. Sabendo que o
que vier fará parte. Porque
nunca ninguém se perdeu. (“In time the sun’s gonna shine on me nicely (on me
yeah)/somethin’ tells me good things are coming/and I ain´t gonna not believe”).
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