"Adeus, Hans Castorp, filho ingénuo e traquinas da
vida! A tua história chegou ao fim. Terminámos a narrativa. Não foi uma
história nem longa nem curta, apenas hermética.
(...)
Boa viagem! Agora é viver ou morrer! As perspectivas não são
famosas: a dança macabra para a qual te arrastaram durará ainda alguns anos
terríveis e não queremos apostar alto na tua sobrevivência. A dizer a verdade,
deixamos, sem preocupações de maior, a questão em aberto. Certas aventuras da
carne e do espírito, que sublimaram a tua ingenuidade, permitiram-te vencer na
esfera do espírito aquilo a que provavelmente sucumbirás na esfera da carne. Momentos
houve em que da morte e da luxúria carnal viste germinar, no teu reino
premonitório, um sonho de amor. Será que deste festim universal da morte, deste
ardor perverso e febril, que incendeia o céu chuvoso e crepuscular, poderá
também um dia nascer o amor?”
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