«Há, assim, noites. Cópias da noite. Circulam quase sempre sozinhas pela cidade, quebrando-lhe o frenético humano, os sonhos urbanísticos que a foram gerando. Tornam os bancos obscuros. Espalham por toda a parte a sombra das árvores. Rareia a luz sempre rara. Abunda o escondido e o calado. Os animais vagueiam pelo menos medo. As ruas longas quebram-se perdidas, e, nesse perdido, o poema parte a imaginar,
(...)
o poema passa,
a cada instante passa e enriquece a voz
alteia a minha percepção do mundo,
são tantas as pregas do céu,
as colinas,
os altos dos montes, os sistemas solares
voltaremos a subir a encosta da manhã,
o mundo está prometido ao Drama-Poesia.»
Maria Gabriela Llansol, Onde Vais, Drama-Poesia?
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