JÚLIA: Tenho melhor opinião acerca das pessoas do que você. Vamos experimentar. Vamos lá.
Olha-o fixamente nos olhos.
Olha-o fixamente nos olhos.
JOÃO: É uma pessoa muito estranha, sabe.
JÚLIA: Talvez seja, mas você também é. E, vendo bem, tudo é estranho: a vida, os seres humanos, tudo. Tudo é um lixo que cai sobre a superfície da água, até mergulhar, mais fundo, mais fundo. Há um sonho que eu tenho muitas vezes. Eu estou em cima de uma coluna e não sei como descer. Quando olho para baixo sinto tonturas; tendo de descer, mas tenho medo de saltar. Não posso ali estar, sinto que vou cair, mas não caio. Não há uma pausa. Não haverá paz para mim até eu descer e chegar ao chão. Mas ao tocar o chão, eu quero mesmo é ficar debaixo do chão… Alguma vez sentiu isto?
JÚLIA: Talvez seja, mas você também é. E, vendo bem, tudo é estranho: a vida, os seres humanos, tudo. Tudo é um lixo que cai sobre a superfície da água, até mergulhar, mais fundo, mais fundo. Há um sonho que eu tenho muitas vezes. Eu estou em cima de uma coluna e não sei como descer. Quando olho para baixo sinto tonturas; tendo de descer, mas tenho medo de saltar. Não posso ali estar, sinto que vou cair, mas não caio. Não há uma pausa. Não haverá paz para mim até eu descer e chegar ao chão. Mas ao tocar o chão, eu quero mesmo é ficar debaixo do chão… Alguma vez sentiu isto?
(...)
O coro aproxima-se a cantar.
O CORO
Se até bates nas
cadelas
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
Quando estão a acasalar
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
Deixa as outras com o seu
par
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
Não lhes roubes o que é
delas
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
Trazes debaixo da saia
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
O que tens para lhe dar
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
Porque de véu e grinalda
Tridiridi-rala, tridiridi-ra
Terás muito para contar
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
E vê lá que te não caia
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
Em sorte alguma desdita
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
Para a sorte ser bonita
Tridiridi-rala, tridiridi-ra
Basta levantares a saia
Tridiridi-rala,
tridiridi-ra
“Mas antes de mais, não há mal absoluto. A ruína de uma raça fará a felicidade de outra que se elevará, e as alternâncias entre ascensão e queda são um dos principais ingredientes da vida, já que a felicidade depende de uma comparação. Quanto ao homem apaixonado por programas e por reforma, ao homem que queira evitar que a ave de rapina como a pomba, e o piolho a ave de rapina, far-lhe-ei esta pergunta: porquê dar remédio a isso? A vida não é assim tão matematicamente louca que só os grandes comam os pequenos; acontece frequentes vezes também a abelha comer o leão, ou pelo menos enlouquecê-lo.”
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