Coração, caçador solitário
“Que diria a
Pórtia se soubesse que sempre tinha havido alguém, um depois do outro? E todas as
vezes era como se uma parte dela estoirasse em cem pedaços.
[…]
Pensou e repensou,
sempre a bater nas coxas com os punhos fechados. Sentia a cara como se a tivesse
dividida em bocados separados e a não pudesse manter direita. Era uma sensação mil
vezes pior que a fome, e no entanto era com a fome que isto se parecia. “Eu quero…
eu quero… eu quero…”, repetia, sem poder pensar noutra coisa: mas o que fosse esse
querer não saberia dizê-lo.”
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