«Vestida de vermelho e prata,
ela evocava os sons e imagens dos carros de bombeiros, quando rasgavam as ruas
de Nova York, inquietando o coração com o violento gongo da catástrofe; toda
vestida de vermelho e prata, o impetuoso vermelho e prata cortando caminho
através da carne. Na primeira vez que ele olhou para ela, sentiu: Tudo se vai
incendiar!
Do vermelho e prata e do longo
grito de alarme ao poeta que sobrevive em todo o ser humano, enquanto a criança
nele sobrevive; a esse poeta, ela atirou uma inesperada escada no meio da
cidade e ordenou: “Suba!”
(…)
Ela era compelida por uma febre
confessional que a forçava a levantar um canto do véu, e então amedrontava-se
quando alguém ouvia muito atentamente. Repetidas vezes, pegava numa esponja
gigantesca e apagava tudo o que havia dito pela negação absoluta, como se essa
confusão fosse em si um manto de protecção.»
Um livro mediano. Nada de especial: nem facadas no peito nem picos no pipi.
2 comentários:
achei totalmente o contrário da sua análise final. Recebi várias facadas no peito.Mas é questão de identificação.
Retroactivamente também me identifiquei, nádia. Mas senti que a facada já não podia ser funda, o livro não me acertava no tempo certo. Enfim, em cada leitura subjectiva coabitam várias subjectividades. Fico feliz que te tenha acertado a ti e até com pena de não o ter lido quando o podia fazer. um beijo e obrigada por me ler e comentar
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