sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Tudo conspira

"Pois como tudo o que é pleno, o que torna toda a matéria ligada, e como no pleno todo o movimento faz algum efeito sobre os corpos distantes na medida da distância, de tal sorte que cada corpo é afectado não só pelos que o tocam, e se ressente de certa maneira de tudo o que lhes acontece, mas também por intermédio deles se ressente os que tocam os primeiros pelos quais é directamente tocado: segue-se que esta comunicação alcança seja a distância que seja. E, por conseguinte, todo o corpo se ressente de tudo o que se faz no universo, de tal modo que aquele, que vê tudo, poderia ler em cada um o que se faz em toda a parte e até o que se fez ou se fará, observando no presente o que é remoto, tanto segundo os lugares; sympnoia panta, dizia Hipócrates. Mas uma alma não pode ler em si própria senão o que nela é distintamente representado, e não poderia desenvolver de uma vez só as suas dobras, porque estas vão até ao infinito."

Leibniz, Monadologia

1 comentário:

fali-vendo-me.blogspot.com disse...

"(...)e como no pleno todo o movimento faz algum efeito sobre os corpos..."

Porque naquele tempo "pleno" não era uma marca de água... agradabilíssima!

http://fali-vendo-me.blogspot.com