"e eu que sopro e envolvo teu corpo tremulamente intacto com meu corpo de bode coroado fedendo a testosterona e sangue, num mundo de aromas e de orvalho, farejo-te, mordo-te a nuca, lambo, e faminto me meto por ti adentro, rebento os selos, marco-te a fogo, levíssima visita à minha sêca luz e arrebatada fome, e se brotas em tua donzelia e és ao modo de festejo, e de minha bruteza te encurvas tanto que te sussurro um poema de louvação e embalo, tão soluto e agudo e soberano, algures, quando a água quebre e os verbos soberbos cantem, e tudo se desfaça, e refaça, não como soía, mas com um assombro novo: faz-se-me tarde para o poema das frutas que de macias se fendem e fundem nas gengivas, e no ímpeto da luz rasgada em baixo, cômo-te antes que morra: e eu sei quanto depressa morro"
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